Representantes da RedCLARA participaram do Fórum de Conhecimento organizado pela Fundação EU-LAC, a Agência Uruguaia de Cooperação Internacional (AUCI) e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), em 24 e 25 de junho, em formato híbrido.

O fórum é um dos eventos que estão sendo desenvolvidos para preparar a terceira Cúpula de Chefes de Estado e de Governo UE-CELAC, que será realizada em julho, em Bruxelas, sob o lema "Renovar a associação birregional para fortalecer a paz e o desenvolvimento sustentável". 

O objetivo do fórum foi gerar insumos para a adoção de linhas comuns de programas e políticas públicas, bem como de iniciativas dos atores da sociedade civil que ajudem a articular e fortalecer os vínculos entre as sociedades da Europa, América Latina e o Caribe, no âmbito do acesso ao conhecimento, à educação superior e à ciência, tecnologia e inovação.

“A ideia da troca de conhecimento e da educação superior está institucionalizada desde o início da Fundação EU-LAC. Nós queremos que o fórum gere propostas concretas e informações relevantes para os líderes políticos a fim de preparar a cúpula EU-ALC”, explicou Adrián Bonilla Diretor Executivo da Fundação EU-LAC, durante a sessão de abertura.

Tendo em vista a Cúpula UE-CELAC, o encontro facilitou a troca e trabalho conjunto entre representantes de redes da América Latina, Caribe e Europa e organizações da sociedade civil, especialistas acadêmicos/as e órgãos internacionais especialistas no assunto.

O Fórum contou com apresentações para inspirar e orientar as deliberações coletivas e implementou o trabalho em três grupos temáticos (cada um na modalidade virtual e presencial): (1) Cooperação em matéria de ciência, tecnologia e inovação; (2) Rumo a um espaço comum de educação superior;e(3) Preenchendo lacunas em acesso, equidade, qualidade e capacidades. Os grupos dialogaram tendo como guia o balanço da situação e boas práticas, os desafios atuais, os interesses comuns e recomendações.

Em nome da RedCLARA, no grupo um, participou o diretor de Cooperação Internacional, Relações Acadêmicas e Comunicações, Mark Urban; e no grupo dois, a coordenadora de projetos acadêmicos, Laura Castellana. Ambos foram os relatores de seus respectivos grupos.

Mark Urban explicou que hoje existe uma maior colaboração entre a Europa e a ALC, prova disso é a nova Aliança Digital, além de maior disponibilidade de infraestrutura para a pesquisa. Em relação às políticas, programas e iniciativas, o grupo um destacou o Projeto BELLA, que resultou no cabo transatlântico que liga os dois continentes, o portal GBIF do LifeWatch ERIC, o Euroclima+ e a rede de pontos nacionais do Programa Horizonte, entre outros.

Como lições aprendidas, o grupo mencionou a importância de alinhar expectativas entre as duas regiões, estabelecer mecanismos de governança em ciência e articular sistemas de ciência e tecnologia. Entre as recomendações, falou-se sobre a importância de fortalecer todos os pilares da Aliança Digital.

O grupo dois concluiu que é necessário construir na região um espaço comum e de integração da educação superior igual ao que existe na Europa, explicou Laura Castellana. As principais recomendações estiveram focadas em reforçar o diálogo político birregional, envolver a sociedade civil (professores-alunos) e a juventude, impulsionar políticas inovadoras, promover a inclusão e a diversidade, promover a mobilidade entre as instituições, aproveitar melhor o financiamento e apoiar a constituição de redes, bem como de um órgão que ligue todas elas.

O grupo três destacou que existem desigualdades e assimetrias tecnológicas entre a Europa e a ALC, entre os países da região e dentro deles. As lacunas identificadas estão relacionadas ao gênero, localização geográfica, economia, migração, deficiência, raça e orientação sexual.  "Visualizamos diferentes tipos de velocidades de desenvolvimento que devem ser levados em conta nas políticas de ciência e tecnologia", explicou a diretora do centro de vinculação da Universidade Tecnológica do Uruguai, Elianne Elbaum. 

O grupo enfatizou o Direito à Tecnologia, a necessidade de fazer investimentos públicos e de criar políticas com participação cidadã, bem como a urgência de respostas multidisciplinares para enfrentar os desafios atuais.

Confira as conclusões do Fórum EU-LAC em: https://www.youtube.com/watch?v=ZKOPRE4N74Q