Artigo tirado de: GEANT
Assim como as peças de um quebra-cabeça são encaixadas para formar uma imagem completa, a rede global de pesquisa e educação depende da colaboração entre redes, organizações e pessoas em todo o mundo.
Em novembro de 2024, um experimento realizado no âmbito da Conferência de Supercomputação (SC24) em Atlanta, Estados Unidos, demonstrou como essas conexões globais de pesquisa e educação trabalham juntas de forma eficaz.
A experiência, coordenada pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e das Comunicações do Japão (NICT), o Instituto Nacional de Informática do Japão (NII) e GÉANT, a rede pan-europeia de pesquisa e educação, usou o protocolo chamado Transferência de Arquivos por Múltiplas Conexões Massivas (MMCFTP), desenvolvido pelo NII. Este protocolo permitiu transferir dados entre o Japão e os EUA. UU. através de dez linhas diferentes de 100 Gbps, simultaneamente. O objetivo principal foi demonstrar a viabilidade de transferências de dados de alta velocidade através de múltiplas rotas e promover o uso da transferência global de dados na ciência e tecnologia de ponta.
Este projeto foi possível graças à colaboração entre redes e organizações de todo o mundo, entre elas RedCLARA, o projeto BELLA II financiado pela União Europeia, a Australian Academic and Research Network (AARNet), AmLight-ExP, ARENA-PAC, CANARIE, Internet2, e a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) do Brasil, entre outras redes globais.
RedCLARA e a União Europeia (UE), através de BELLA II, facilitam a conectividade de alta velocidade entre a América Latina e redes globais, impulsionando a colaboração internacional em projetos científicos e educacionais.
Além da demonstração técnica, os organizadores destacaram a importância da cooperação global em pesquisa e educação, baseada na confiança e no compromisso compartilhado para avançar na ciência.
Resultados
Embora alguns desafios técnicos tenham surgido durante o processo, o experimento foi bem sucedido, alcançando quase os resultados esperados. Além disso, mostrou a importância de acordos internacionais para apoiar e garantir a estabilidade dessas redes globais. Ele também sublinhou o potencial do protocolo utilizado, que poderia ser chave para futuras pesquisas científicas que exigem grandes transferências de dados, como em áreas como radioastronomia ou mudança climática.
Um fator crítico no sucesso do experimento foi também o papel dos acordos internacionais e intercontinentais para o apoio mútuo e a resiliência das redes de pesquisa e educação, o que garante uma forte estabilidade da infra-estrutura global de I & D. Em particular, o mecanismo de apoio estabelecido sob a colaboração do Anel Ásia-Pacífico Europa (AER) foi crucial para a viabilidade desta demonstração. Devido aos cortes nos cabos submarinos no Mar Vermelho, que afetaram o caminho original da demonstração na ligação de Marselha-Singapura adquirida pela GN5-IC1 (linha rosa), o tráfego da demonstração teve que ser redirecionado para a ligação CAE-1 entre Londres e Singapura (linha laranja). Para liberar a capacidade necessária sobre o CAE-1, o suporte de backup da KAUST (linha verde) foi fundamental para garantir a continuidade do serviço além da demonstração entre a Ásia e a Europa.
O protocolo MMCFTP tem um grande potencial para transferências de dados de alta velocidade e múltiplas rotas entre redes intercontinentais, ideal para colaborações científicas globais em áreas como radioastronomia ou modelagem climática.
Atualmente, seu uso é limitado à rede SINET do Japão, com acordos prévios e medidas de qualidade para proteger o tráfego.
Este experimento destaca o poder da colaboração global em redes de pesquisa e educação e abre caminho para futuros avanços, com planos para melhorar a linha Japão-EUA. . EUA a 400 Gbps em 2025 para obter transferências ainda mais rápidas.
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