O Ideatão virtual "Gestão a priori dos riscos na Bacia do Rio Motagua" concluiu no dia 20 de fevereiro com a seleção de três projetos vencedores que propõem soluções inovadoras para mitigar os efeitos da degradação ambiental nessa região. Durante uma semana, mais de 90 participantes, organizados em sete equipes, desenvolveram propostas para usar dados de satélite do programa de observação da Terra da União Europeia (UE), Copernicus, na gestão da água, gestão de resíduos e conservação do ecossistema. O processo contou com o apoio de cinco expositores, sete mentores e sessões de pitch para receber feedback e aperfeiçoar as soluções.
O primeiro lugar foi para o grupo 7, composto por estudantes da Universidade de San Carlos de Guatemala (USAC), a Universidade do Valle de Guatemala (UVG) e a Universidade Mariano Gálvez (UMG). Liderado por Laura Monroy, a equipe apresentou a iniciativa "Implementação de um sistema integrado de monitoramento ambiental via satélite e fitorremediação para diminuir os contaminantes do rio Motagua".
O projeto busca melhorar a qualidade da água e a saúde dos ecossistemas usando imagens de satélite para identificar focos de poluição, e aplicando técnicas de fitorremediação com plantas endêmicas para restaurar a paisagem e conservar a biodiversidade. A proposta envolve o Ministério do Meio Ambiente e Recursos Naturais (MARN), o Ministério da Água e o Instituto Nacional de Florestas (INAB) da Guatemala. Como prêmio, a equipe terá a oportunidade de apresentar seu projeto no Fórum do Motagua, organizado pela Delegação da UE em maio.
O segundo lugar foi para o grupo 4, com a proposta "Identificação de resíduos plásticos na bacia do rio Motagua e estratégias de ação baseadas em dados de satélite Copernicus". A equipe, formada por integrantes da Faculdade de Engenharia da USAC (FIUSAC), o Centro Universitário de Izabal (CUNIZAB), o MARN, a UVG e o Centro Universitário do Nordeste (CUNOR-USAC), combinou inteligência artificial e machine learning com imagens de satélite para detectar pontos críticos de contaminação. A informação gerada permitirá apoiar as prefeituras da região e fomentar empreendimentos de coleta de resíduos. Como prêmio, receberão três mentores específicos do Copernicus para fortalecer a parte técnica do projeto.
O terceiro lugar foi para o grupo 6, com a proposta "Sistemas de detecção de fontes de poluição do rio Motagua", integrado por alunos da CUNOR-USAC e FIUSAC. O projeto analisa indicadores ambientais como turbidez, temperatura e presença de cianobactérias, cruzando esses dados com informações sobre assentamentos humanos, desmatamento e aterros ilegais para identificar fontes de poluição. A equipe receberá apoio de profissionais especializados para consolidar sua proposta.
Impulso chave
"A liderança da RedCLARA e o papel chave da Guatemala no manejo sustentável da bacia são fundamentais para avançar na recuperação deste ecossistema", afirmou Jorge Cabrera, do Panamá Centre LAC e membro do júri, durante a premiação.
Por sua vez, Claudia Barillas, representante da Delegação da UE na Guatemala referiu-se ao acompanhamento que receberá a equipa vencedora. "O Fórum do Motagua, a ser realizado em maio próximo, será um evento fechado de alto nível, com a participação de investidores interessados em projetos de recuperação da bacia. Será uma oportunidade para concretizar a iniciativa da equipe vencedora do primeiro lugar", disse.
Laura Castellana, coordenadora de Projetos Acadêmicos da RedCLARA, explicou que as equipes vencedoras receberão acompanhamento e terão a oportunidade de participar de um hackathon como próximo passo, com a possibilidade de acessar financiamento para implementar seus projetos. Por sua vez, Mark Urban, diretor de Cooperação Internacional, Relações Acadêmicas e Comunicações da RedCLARA, destacou que esta iniciativa marca o início de projetos que contribuirão para melhorar as condições não apenas ambientais mas também socioeconómicas da região.
Como representante da equipe de mentores, Ana Victoria Rodríguez, do MARN destacou que "ferramentas como o Copernicus permitem identificar, monitorar e prevenir problemas ambientais a longo prazo".
Ana Victoria Rodríguez, do MARN e mentora no processo, destacou que "ferramentas como o Copernicus permitem identificar, monitorar e prevenir problemas ambientais a longo prazo". Por sua vez, Stephane Ourevitch, do Escritório de Apoio do Programa Copernicus da UE, sublinhou que "é importante formar especialistas, principalmente entre os jovens e estudantes, em observação da Terra através de dados gratuitos e de qualidade certificados pela UE".
O Ideatón foi organizado pelo Comitê da Academia Copernicus na Guatemala, formado pela Secretaria Nacional de Ciência e Tecnologia (Senacyt), a Rede Guatemalteca Avançada para a Pesquisa e Educação (RAGIE), a Universidade de Valle, a Delegação da UE na Guatemala, o Programa Copernicus da União Europeia e RedCLARA, com o apoio do projeto BELLA II, liderado pela RedCLARA e co-financiado pela UE.