Desflorestamento, erosão, seca, inundações, desertificação. A bacia do rio Motagua, que abrange 97 municípios na Guatemala e 27 em Honduras, enfrenta uma crise ambiental crescente. Os recursos estão sob pressão e as mudanças climáticas agravam um cenário crítico.

Para enfrentar esses desafios, a Academia Copernicus Guatemala iniciou hoje, 10 de fevereiro, o Ideatão virtual "Gestão a priori dos riscos na Bacia do Rio Motagua", um espaço de inovação que se estenderá até 20 de fevereiro. Mais de 90 participantes usarão dados de satélite do programa Copernicus da União Europeia (UE) para desenvolver propostas focadas na gestão da água, manejo de resíduos e conservação do ecossistema.

Enrique Pazos, Subsecretário da Secretaria Nacional de Ciência e Tecnologia (Senacyt) da Guatemala deu as boas-vindas aos participantes e indicou que "Com iniciativas como esta, impulsionamos soluções baseadas em dados, fortalecemos a capacidade de resposta do país aos desafios ambientais, beneficiando as comunidades e contribuindo para o desenvolvimento do país".

Mark Urban, diretor de Cooperação Internacional, Relações Acadêmicas e Comunicações da RedCLARA, disse que "A Academia Copernicus Guatemala impulsiona o uso da ciência e da tecnologia para enfrentar os desafios ambientais e promover o desenvolvimento sustentável na região. Este esforço permitirá gerar alertas precoces, monitorar a desflorestação e fortalecer as capacidades locais através do trabalho conjunto com comunidades, instituições e o governo".

Por sua vez, Claudia Herrera, do Centro Copernicus LAC, sublinhou o compromisso de aproximar os dados da observação da Terra à região para maximizar a sua utilização através do programa Copernicus da UE. "Nosso objetivo é que tomadores de decisão, academia e outros atores usem esses dados para desenvolver soluções sustentáveis. Trabalhamos para promover a pesquisa, inovação e dar apoio técnico e científico à região", afirmou.

Por sua vez, Luis Furlán, diretor da Rede Avançada Guatemalteca de Pesquisa e Educação (RAGIE), destacou que "Copernicus representa uma evolução tecnológica chave para enfrentar os desafios sociais e ambientais da Guatemala. Este evento será um ponto de partida para consolidar a presença da Academia Copernicus no país e contribuir para um futuro sustentável para a bacia do Motagua".

O processo

Ao longo do Ideatão, os participantes contarão com o apoio de cinco expositores, sete mentores e cinco jurados. No primeiro dia, as equipes foram formadas e registraram o título do projeto. Em 11 de fevereiro, eles terão espaço para se organizarem e definirem suas estratégias de trabalho. Entre 12 e 13 de fevereiro, os mentores darão orientação em suas áreas de especialidade, enquanto as equipes apresentarão um pitch para compartilhar suas ideias e receber feedback. No final de 13 de fevereiro, cada grupo entregará sua nota conceptual final, o resultado desses dias intensivos de desenvolvimento.

De 14 a 18 de fevereiro, os avaliadores e jurados analisarão as propostas e selecionarão os projetos vencedores. Finalmente, em 20 de fevereiro, um representante do júri anunciará oficialmente os vencedores, marcando o encerramento do evento.

O Ideatón é organizado pelo Comitê da Academia Copernicus na Guatemala, integrado pela Secretaria Nacional de Ciência e Tecnologia (Senacyt), a Rede Avançada Guatemalteca para a Pesquisa e Educação (RAGIE), a Universidade del Valle, a Delegação da União Europeia na Guatemala, o Programa Copernicus e RedCLARA, com o apoio do projeto BELLA II.

Esta iniciativa se enquadra nas atividades de BELLA II, um projeto liderado pela RedCLARA e co-financiado pela União Europeia.